segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
"DO OUTRO LADO..."
Oi queridas!
Bom, em primeiro lugar eu gostaria de agradecer aos comentários de vocês. Sério mesmo! É muito bom saber que não sou a única a sentir o que sinto ao me olhar no espelho, saber que estamos juntas nessa, e que todas nós somos muito parecidas.
Engraçado que desta vez recebi alguns comentários de pessoas anônimas ou que não deixaram e-mail. Também gostaria de agradecer a preocupação. E dizer que prometo pensar em cada linha que me foi escrito. Prometo pensar! E pensar já é um bom começo.
No entanto, um comentário em especial, eu vou responder aqui no blog. Este comentário, realmente, me chamou muito a atenção, e quero dividir com vocês pois acredito que vale a pena.
Segue:
“Anna, espero que você compreenda as palavras que vou te dizer agora, pois esse é o comentário de uma mãe preocupada. Estou começando a entrar nos chamados sites "pró ana", pois acho que a minha filha está indo por esse caminho. Me surpreendi muito em entrar no teu blog, pois acho que ela é muito parecida com você. Inclusive tomei um susto no início, pois achei que você era ela. Mas nos seus comentários eu ví que você é do Sul, e somos de São Paulo(risos). Pelo que leio és uma menina muito inteligente. Trabalhas, estudas e te esforças no dia-a-dia. O que te levas então a esse perfeccionismo incomum em relação a aparência? Minha filha tem tudo, assim como você, não entendo como, mesmo depois de magra, ela continua a não gostar da sua imagem no espelho.Gostaria de poder identificar as reais causas deste problema com a comida, e se for preciso vou ler o seu blog até ter uma luz, já que não posso conversar abertamente com a minha filha. Só quero que tentes refletir sobre o que te digo, porque hoje, sou eu, amanhã pode ser a sua mãe no meu lugar. Não se chateie se fui rude com as minhas palavras, a minha intenção é poder ajudar, exatamente como eu queria poder ajudar a minha filha. Um grande e sincero abraço pra você e , por favor, se cuide”
Gurias, eu já falei pra vocês que quando o assunto é a minha mãe, eu piro. Já disse que tenho pânico de vê-la sofrer e em prol disso já até passei por cima de algumas coisas que vão contra ao que acredito e prezo.
Então, assim: Eu não sei se quem postou esse comment, irá voltar ao meu blog para ler o que escrevo agora. Mas mesmo assim quero deixar registradas essas palavras.
Infelizmente, apesar de desconfiar, eu não sei as reais causas que me fizeram desenvolver esse comportamento em relação a comida. De uns tempos pra cá realmente sinto que está tudo muito mais forte, e confesso ter medo de perder o controle. Apesar de ler muito sobre o assunto, eu não sou uma profissional, então não sei exatamente o meu tipo de transtorno alimentar. Mas independentemente disso, eu o tenho, e este por vezes me maltrata muito. Sei que TA é uma “doença” psicológica, e que portanto é muito difícil de ser identificado os porquês, mas sugiro que para isso, se estiveres de acordo, converses com a sua filha. Conversar já é um importante passo.
Não fiques surpresa se tudo for negado, se ela reagir mal, se acontecer algum isolamento, isso é assim mesmo. Talvez na hora ela não ligue. Talvez na hora desconverse, xingue, brigue, venha para um blog escrever sobre isso com raiva. Mas eu tenho a certeza de que pelo menos algumas destas palavras irão ficar. E estas palavras, de alguma forma irão faze-la pensar, questionar. Exatamente com eu faço.
É difícil. Muito difícil. Não posso, e nem gostaria de estar do outro lado. Do lado de quem lida com uma pessoa com TA. Dar conselhos, parece jogar contra o próprio time. E quem sou eu para dar conselhos, quando na verdade eu quem deveria estar sendo aconselhada? Por que não sigo os meus consellhos já que tenho consciência do mal que faço a mim mesma. Por quê? Não sei. Só sei que não posso passar batido ao seu comentário, a um comentário de uma mãe. Não sei se ajudo, mas pelo menos estou tentando. E estou tentando ajudar de coração, pois como você disse, hoje é você, amanhã pode ser a minha mãe.
Obrigado pelas palavras.
Até mais, meninas.
posted by Anna Dark at segunda-feira, fevereiro 12, 2007 -
12 Comments:
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Deve ter sido complicado pra você ter se colocado no lugar de uma mãe. Mais ainda, se colocar no lugar da sua mãe. Que deve estar sofrendo com tudo isso. Eu não vou falar que você é inteligente, e bla´, blá, blá... poruqe isso vc já deve estar careca de saber. Você sabe que é uma das raras meninas de site "pro ana" que pensam um pouco. Se você já conseguiu dar conselhos em como lidar com uma pessoa com TA, já é 1/2 caminho andando para você olhar pra si mesma e tentar encontrar uma forma de trabalhar esse teu desvio alimentar. Acho que vai valer muito a pena. Linda por fora você deve ser, e por dentro, isso sem dúvida. Mas seria muito melho se vc fosse verdadeiramente saudável.

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Oi Querida... Não sei nem o q comentar. Mas vc foi muito sábia em escrever o escreveu para essa mãe... Me desculpe, mas hj eu tô meio amebinha... Bj.

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Não queira mesmo estar do outro lado! É horrivel desconfiar que alguém importante pra você tem esse tipo de comportamento como essa mãe...
    Uma vez eu vomitei uma sopa de brocolis que nao tinha nada de calorias pra chamar a atenção da minha mãe ^^ Foi absolutamente inutil.
    O que será que é "Ter tudo"? EU vejo vocês, eu, colegas... QUe "tem tudo" e são infelizes. Mas eu já vi ciganas sujas rindo contentes na rua, descalças... Eu conheço gente gorda que não tá nem ai mesmo, conheço até quem goste. Que tudo é esse que não pode nem no tornar satisfeitas?

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Porque você acha que de uns tempos pra cá as pessoas anônimas e não pro anas, estão a comentar as suas postagens? Simples. Por que vc induz a inteligência das pessoas. Você mostra aqui uma outra cara das pessoas que tem TA. Tudo não se resume a dietas, dicas de como miar, pesagens, NF, LF, compulsões. Nos somos muito mais do que isso. Muito mais do que aparência. Eu tô contigo e não abro. Sempre passo por aqui e as vezes sinto como se você adivinhasse o qu eu estou querendo gritar pra todos. Você é muito boa mesmo quando escreve. Quando eu tiver 1/3 da facilidade que você tem para lidar com as palavras eu vou fazer um blog pra mim. E vc vai ser a primeira que vou adicionar. Um grande abraço.

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Linda, que saudade! Como está indo? Olha, mesmo que a gente não atinja nossa meta, estamos pertinho e vamos acabar conseguindo.
    Queria deixar aqui minha ajuda a essa mãe. Foi muito legal a atitude dela, mas eu não saberia dar nenhum conselho bom, a não ser dizer que ela precisa tentar se aproximar. Sei o quanto isso é difícil, minha mão não sabe muita coisa de mim, mas qualquer passo será um passo. E também queria que ela soubesse que com uma certa idade a filha dela terá um pouco mais de consciência sobre o que está fazendo, mas que nem sempre isso significa que ela não tem nenhum problema. Difícil ajudar, né? Mas eu juro que gostaria.
    Um beijo e parabéns pelas palavras, como sempre.

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    oi querida!

    Adorei o post. Mesmo. Como mãe, tb penso mto nas asneiras q faço. Penso no q seria p mim se daqui a uns anos tivesse q ver a minha filha destruir-se aos poucos por um ideal q, possivelmente, nca irá atingir. E aí penso na minha mãe tb, em td o q eu ja fiz q a deve ter magoado mto.

    Acho q de facto, seja qual for o problema, o melhor mesmo é conversar. Eu tenho mta pena q em minha casa conversas de apoio, carinho, abraços, sempre tenham sido tabú. Não por falta de amor, mas sim por falta de à-vontade com o próximo. Isso destrói mto as pessoas. Por isso msm, encho a minha filhota de beijinhos, abraços, alimentação equilibrada e uns docinhos de x em qdo. Adoro vê-la comer, e principalmente a paz c q ela o faz.

    E dps penso na minha mãe. No q ela terá sentido ao ver q eu me afastava + e + da família, até ao corte qse definitivo. Falo c ela tds os dias, mas é cm se os nossos mundos fossem a anos-luz de distancia. Dps penso no q terá ela pensado qdo emagreci 8 kilos em 2 semanas? E qdo me enfrasquei em comprimidos e comprimidos? É mto duro ver 1 filha sofrer e ñ saber pq, nem o q fazer.

    Mas volto a reforçar tb, o silêncio ñ é nca a solução, ñ leva a nd. O melhor msm é falar, aos poucos, sem pressionar nem maltratar.

    Acho q é sempre o melhor caminho.

    Adoro os seus posts ^_^ Fazem-me pensar naquilo q eu tento sempre fingir q ñ existe.

    Bjinhs * *

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Anna. Eu não fui a mãe que escreveu para você anteriormente, mas me enquadrei em cada palavra que escreveste hoje. Entro em seu site já há bastante tempo, talvez com o desejo intrinseco de entender o que se passa na cabeça de uma pessoa com TA. Não, eu não tenho filhos. Sou casada com uma pessoa que está passando pela mesma situação desta mãe angútiada que teve a coragem de escrever algumas linhas, que pelo visto tocaram você. Bom sinal! Ótimo sinal, pelo visto. Mais uma vez me surpeendeste em demonstrar comoção e atenção com aqueles que te procuram para obter ajuda. Apesar de concordar com o que disseste quando salientou que não tens embasamento para ajudar alguém até porque quem precisas de ajuda no momento é tu. Não te enganes em pensar que escreves apenas por escrever. As tuas palavras têm fundamento e sim ajudam muitas meninas com ou sem TA, assim como mães, escondidas em inúmeros comentarios anonimos. Espero que penses na responsabilidade que o teu blog está tendo. Pense no exemplo que estás sendo para inúmeras pessoas que vêm aqui e lêem ávidamente o que tu escreve. Você só tem 21 anos, talvez seja muita responsabilidade mesmo, mas não é em vão. Afinal, colhemos aquilo que plantamos. Um abraço pra você.

     
  • At segunda-feira, 12 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Linda,

    Adoro ler seu blog, você é extremamente espirituosa e mágica com as palavras. Entrei inicialmente para conhecer, pois o assunto era os sites próana, mas encotrei muitos motivos de reflexão em suas palavras que vão além de um desvio alimentar. Continue sendo como é, afinal quem leva uma vida perfeita e não tem problemas? Só fique atenta a essa linha tênue entre o controle da situação e a perda completa dele, pois dela depende nossa vida.

     
  • At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Olá Anna!!
    Eu estava visitando blogs anna e encontrei seu, Li este post e achei muito legal a sua atitude. Dificilmente nesses blogs pro-anna encontramos alguma garota q tenha a conciencia do q tem ou mais ou menos isso. Sabe eu sofro com os ditos TAs, não tenho anna graças a Deus! O meu TA é comer demais não engordo muito mais como em demasia mesmo... Mais tudo bem, eu consigo viver com isso!!!
    No inicio ate eu entrava nesses blog procurando ajuda e tambem ajudar, mais a maioria leva nosso "conselho" a mal. Não sou mais assim.
    Bem, acho q ja escrevi mto por aki né?!??!

    Bju e se cuida!!!

     
  • At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Anna, foste muito feliz em escrever este texto. Tenho certeza de que surpreendeste muito as pessoas que vêem aqui e conhecem o teu blog e conquistou também novos admiradores. Continue buscando respostas para as tuas dúvidas. Assim cada vez mais vais saber como lidar com o teu problema, ou quem sabe resolvê-lo, pois sabemos o quanto é difícil tudo isso. Um forte abraço.

     
  • At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Anna. Minha surpresa foi tão grande quando, ao ler o seu blog, percebi que as palavras que disseste estavam sendo em resposta ao meu apelo. Muito Obrigada. Como disseste sabiamente, não tens a mínima noção do que é estar em meu lugar. Mas o seu esforço em tentar ver as coisas de uma perspectiva diferente, já valeu por todas as tentativas frustradas que tive ao conversar sobre o assunto com outras pessoas. Vou seguir o seu conselho e tentar me aproximar mais. E vou ficar firme se não obtiver o retorno esperado, o que acredito que vai acontecer. Eu gostaria que a minha filha entendesse que faço o que faço para o seu próprio bem, e que de maneira nenhuma pretendo julga-la, visto que não sou perfeita, e com certeza devo ter a minha parcela de culpa nessa história toda. Seria muito legal se você tentasse se aproximar mais de sua mãe também, e tentasse colocar para ela o modo como te sentes em relação a comida. Talvez ela, assim como eu, demore a entender. Mas tenho certeza de que ela vai parar pra pensar e vai diminuir a cobrança e a pressão que faz em sua cabecinha. Isso vai ser bom para ambas, pois nunca mais terá de ser “auto-flagelar” para fazê-la feliz. Mais uma vez obrigada por tudo. Todas as impressões que tenho por você se confirmaram e você fez valer o meu dia. Um sincero e carinhoso abraço.

     
  • At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Anonymous Anônimo said…

    Ia ser otimo se todos soubessem que ter tudo é relativo!
    Vida de burgues classe média é o basico! Todos merecem calor, comida (mesmo que recusem ué) e conforto.

     
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